COMO NOSSOS PAIS


A conhecida música de Belchior “Como Nossos Pais”, consagrada na voz de Elis Regina, inspira-nos reflexões interessantes. Entre os ricos versos, há um que diz: “Minha dor é perceber... que apesar de termos feito tudo o que fizemos... ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...”. Analisando deste fragmento da canção que enfoca a relação das gerações “pais e filhos”, constatamos uma verdade abissal. Uma série de fatores negativos no mundo vivido por nossos pais, ainda permanece atualmente. Como sugere a música, apesar da indignação e das atitudes ousadas típicas da juventude, com o passar do tempo, percebemos que os “revolucionários” se acomodam em suas casas “contando vil metal”. A época em que Belchior compôs “Como Nossos Pais” foi marcada pela ditadura militar, período de censura, opressão e tortura. Hoje vivemos desafios políticos e sociais diferentes, a tendência porém, de repetirmos os erros de nossos pais, continua a mesma. Revendo a história percebemos que o mesmo ser humano, dotado de força para revolucionar a ordem social, tropeça em problemas íntimos e pessoais, ligados à sua conduta. O caso da cantora Elis Regina é um grande exemplo! Ela enfrentou com vigor a ditadura e tropeçou em vícios que lhe ceifaram a vida precocemente. Quantos outros ícones que exerceram grande influência para uma reflexão social-política sofreram com pequenos obstáculos em seus contextos pessoais?

Quando olhamos para os ensinamentos bíblicos percebemos um importante imperativo: “Não vos conformeis com este século (...)”. Com a mesma veemência que naquela época os artistas, os tropicalistas, os estudantes, os acadêmicos..., lutaram contra o sistema ditatorial, a Palavra de Deus nos convoca a buscarmos mudanças do presente em prol de um bem comum. O texto bíblico continua: “mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Segundo a Palavra de Deus, a transformação do mundo deve começar primeiro em nós, através da renovação de nossa própria mente. Poderemos ir além dos que nos antecederam se compreendermos que, as grandes mudanças, devem ser construídas por pequenas transformações em nós. Se desejamos uma sociedade mais justa, devemos viver a justiça em nossas relações pessoais e cotidianas. Se desejamos contemplar um mundo ordenado e pacífico, é dos nossos lares que deve jorrar primeiro a fonte de paz para a terra.

Se hoje buscarmos mudanças, íntimas e pessoais, no futuro chegaremos à feliz percepção de que “tudo o que fizemos” não foi em vão. Promover transformações estruturais e coletivas é possível! Podemos mudar o mundo iniciando pelas nossas próprias vidas! A proposta de uma vida transformada pela presença de Deus é “DEIXARMOS DE SERMOS OS MESMOS E VIVERMOS DIFERENTE DE NOSSOS PAIS”.

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